António Variações, nascido António Joaquim Rodrigues Ribeiro no dia 3 de Dezembro de 1944, no distrito de Braga, foi um músico cuja obra e figura abalaram o Portugal dos anos 80. É um dos maiores ícones da música portuguesa.
Em 1957 parte para Lisboa onde vive e trabalha durante alguns anos. Em 1965 vai cumprir serviço militar em Angola. Viaja até Londres, onde permanece um ano, e, posteriormente, Amesterdão, onde aprende o ofício de barbeiro.
De regresso a Portugal, começa a trabalhar no primeiro cabeleireiro unissexo do país, o Ayer, abrindo mais tarde uma barbearia na Baixa Lisboeta. Barbeiro de dia, destaca-se nas suas atuações em espetáculos na noite alfacinha. Já com alguma visibilidade e a liberdade estética que assume com o nome Variações (que primeiro atribui ao grupo que com ele atua) assina contrato com a Editora Valentim de Carvalho. Tem o seu primeiro reconhecimento público na televisão em Fevereiro de 1981 quando participa no programa da RTP “O Passeio dos Alegres”, conduzido por Júlio Isidro.
É, finalmente, em 1982 que lança o seu primeiro trabalho discográfico, o audacioso single “Estou Além”, com a interpretação de um dos temas mais conhecidos de repertório de fado, “Povo Que Lavas no Rio”, como labo B.
O LP “Anjo da Guarda”, que inclui os êxitos “O Corpo É Que Paga” e “É P’ra Amanhã”, dedicado à sua musa Amália Rodrigues, é editado no ano seguinte e conduz o artista às romarias e festas do país no verão desse ano. A carreira musical de Variações seria malogradamente curta mas proeminente.
Edita apenas mais um single e grava o LP “Dar e Receber”. O produto do segundo álbum, ouve-o já internado no Hospital, em 1984. Seria a primeira e última vez.
Em Junho desse ano deixa-nos António Variações. O que trouxe à música e à cultura portuguesa vive ainda, porém: é intemporal.