A Valentim de Carvalho, com o nome de Salão Neuparth, nasceu em pleno Chiado, no dia 14 de Fevereiro de 1824. Fundada por Eduard Neuparth, musicólogo de nacionalidade alemã, começou por vender instrumentos musicais e música impressa.
Em plenos anos 20, o senhor Valentim de Carvalho, compra a empresa e altera-lhe a designação social para Valentim de Carvalho/Salão Neuparth. Promove a empresa numa fase em que se começava a vender os primeiros discos de vinil e consegue a representação de marcas de prestígio internacional – His Master Voice, RCA, Deca, Columbia. Nesta altura, os discos eram lidos a 78 rotações por minuto, e produziam-se apenas umas dezenas de cópias sendo a sua gravação directa para o disco.
A presença na actividade de gravação inicia-se nos anos 30, quando constrói o primeiro estúdio no primeiro andar da histórica loja da Rua Nova do Almada. Desde essa altura, acumulou um valioso acervo musical, o mais importante catálogo discográfico português, que cobre o melhor da música portuguesa.
Em Janeiro de 1963, a empresa inaugura o novo estúdio de áudio em Paço de Arcos, uma instalação pioneira nesta área, por onde passaram alguns dos maiores nomes da música portuguesa e que significou um investimento invulgar para a época.
Por esta altura, as principais áreas de negócio da empresa eram: venda e distribuição discográfica, edição, comercialização de instrumentos musicais, estúdios de som. Esta década foi revolucionária em termos musicais e a edição de música conheceu um boom. O catálogo nacional cresce exponencialmente e abrange artistas tão díspares como Lopes Graça, António Calvário e Amália Rodrigues.
No final da década de 80, vivia-se uma época de crise, consequência da desactivação da área fabril e do desaparecimento do espaço âncora do Chiado. O negócio viveu, nessa altura, sobretudo da venda de instrumentos musicais e da joint venture com a EMI. A área de retalho, elegida como estratégica para o grupo, torna-se numa das apostas fundamentais ao desenvolvimento da empresa, abrindo mais de 20 lojas entre 89 e 99. Da magra quota de 1 que detinha no inicio deste período, a Valentim de Carvalho passa para a liderança do mercado discográfico.
Em 1990, foi criado um estúdio para a produção de vídeo e foi construído um novo estúdio de som com equipamento tecnologicamente evoluído que viria a culminar com a autonomização do negócio de audio e vídeo através da constituição da Sociedade Estúdios Valentim de Carvalho. O aumento da actividade na área de áudio e de vídeo, obrigou o Grupo, entre 1995 e 1996, a proceder à ampliação e modernização das suas instalações, tendo feito novo investimento nos mais modernos sistemas e num completo carro de exteriores para a área de vídeo, preparado para todo o tipo de transmissões.
Com a abertura do negócio televisivo à exploração privada a Valentim de Carvalho avançou para a constituição de uma produtora de programas de televisão, iniciando então uma nova actividade ligada à criação de conteúdos vídeo que não tem parado de crescer, transformando-se mesmo na principal área de negócio do Grupo Valentim de Carvalho.
Usufruindo da vantagem da localização, Paço de Arcos dispõe agora de seis estúdios vídeo (Estúdio 1: 200 m2; Estúdio 2: 450 m2; Estúdio 2b: 300 m2; Estúdio 3: 1500 m2; Estúdio 4: 150 m2 e Estúdio 6: 150 m2) e dois de áudio, para além de áreas de pós produção áudio e vídeo, das mais bem equipadas no país. Para além da gravação de som e de imagem, oferece actualmente aos seus clientes o desenvolvimento de produtos multimédia, assim como a dobragem e sonorização de filmes, produzindo directa e indirectamente mais de 6.000 horas de emissão por ano.
Os 183 anos de história e tradição da Valentim de Carvalho, conferem a este Grupo Empresarial uma reconhecida presença comercial e peso no âmbito dos conteúdos áudio e vídeo no mercado nacional, sendo composto por diversas empresas (10 no total), que pela sua diversidade, capacidade de resposta e enquadramento no mercado se posicionam como parceiros indispensáveis para o desenvolvimento dos negócios dos seus principais clientes.
A área de edição discográfica é também uma das mais importantes áreas de negócio desta empresa. O legado musical da Valentim de Carvalho, de relevante importância no panorama nacional, encontra-se estruturado num catálogo próprio que inclui duas fases da edição musical do Grupo:
A primeira, denominada de "catálogo antigo", cujo espólio vai dos anos 30 até aos 80, abrange mais de quatro mil canções de duas centenas de artistas, do qual faz parte, para além de outros, títulos de Amália Rodrigues.
O "catálogo novo", a segunda, teve início em 1995 e agrupa cerca de 700 canções de quatro dezenas de artistas sob contrato exclusivo de gravação com a empresa.