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Antoine Sibertin-Blanc: no 90.º aniversário do músico e professor, disponibilizamos no digital as edições "Flores de Música".

Antoine Sibertin-Blanc nasceu a 16 de Julho de 1930 em Paris. Radicado em Portugal desde 1960, músico e insigne professor, foi o grande alicerçador da vida organística portuguesa no século XX.

Formado pela Escola César Frank (em Órgão, Improvisação, Direcção Coral, Canto Gregoriano, Piano e Composição) e pelo Conservatório de Paris, onde estudou com Maurice Duruflé, principiou a sua carreira como organista e mestre de capela nas igrejas de La Madeleine e Saint-Merry. Em 1955, parte para Luxemburgo enquanto titular do órgão da igreja Saint-Joseph e em 1960 ruma a Lisboa a convite de Júlia d’Almendra, fundadora e directora do Centro de Estudos Gregorianos, para leccionar nesta primeira escola superior de música sacra em Portugal. Desde então percorre o país no exercício das múltiplas actividades que acumula tendo sido agraciado pelo Presidente da República com a comenda da Ordem de S. Tiago da Espada, em 1999.

Durante 51 anos Antoine Sibertin-Blanc foi organista titular do órgão da Sé Patriarcal de Lisboa, cargo que ocupou até à sua morte, em 2012. O seu legado foi determinante na reabilitação da música litúrgica em particular e na nossa cultura musical em geral e assim se mantém, perpetuado por sucessivas gerações de profissionais como Domingos Peixoto, Joaquim Simões da Hora, João Vaz, Idalete Giga, entre outros.

Duas edições emblemáticas de Antoine Sibertin-Blanc chegam finalmente às plataformas digitais, no ano em que se assinalam os 400 anos desta obra.

«Ao tomar-se conhecimento de uma obra tão considerável, poderá causar admiração o esquecimento relativo em que a nossa época continua a manter um dos maiores representantes da escola de órgão europeia do fim do Século XVI e do princípio do Século XVII. É certo que a posição geográfica de Portugal, muito afastada do centro europeu, não é de molde a favorecer a divulgação da sua cultura. Também é certo que se trata, neste caso, de música de difícil acesso e que a sua execução levanta sérios problemas... De qualquer modo, a quem se der ao trabalho de a consultar, a obra de Rodrigues Coelho, sempre de elevada inspiração, apresenta todas as características de uma arte altamente evoluída, na qual as influências das várias escolas europeias se fundem para formar um estilo original e vigoroso.» - Antoine Sibertin-Blanc, 1968

 

"Flores de Música pera o instrumento de tecla & harpa", de Manuel Rodrigues Coelho (1555-1635) foi publicada pela primeira vez em 1620 (quinze anos antes das "Fiori Musicali" de Frescobaldi) e constitui o essencial daquilo que conhecemos do grande músico português. Dedicada a Filipe II de Portugal (Filipe III de Espanha), é a mais antiga partitura instrumental impressa em Portugal e uma das colecções mais importantes de música sacra e profana para órgão, cravo e harpa, produzida na Península Ibérica durante a transição da Renascença para o Barroco.

Interpretada e gravada a nível internacional, um dos registos mais interessantes da obra consiste na interpretação de Antoine Sibertin-Blanc captada em Lisboa no final da década de 60, início de 70, da qual resultaram dois LPs.

"Flores de Música" (1968, https://ampl.ink/QoGZm), ao órgão da Sé Patriarcal de Lisboa, e "Flores de Música N.º 2: Cinco Tentos - Cinco Kyrie" (1970, https://ampl.ink/1jvRR), ao órgão da Igreja da Pena, compreendem trechos da compilação de Manuel Rodrigues Coelho com base na primeira transcrição em notação moderna por Santiago Kastner, editada em 1959/61 pela Fundação Calouste Gulbenkian de Lisboa.

Respeitando o critério adoptado por Sibertin-Blanc nas edições originais, a numeração e nomenclatura adoptada agora para as plataformas digitais segue também não a terminologia e numeração da partitura original mas sim a usada por Kastner.

 

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