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Notícias

EP "Cantares de José Afonso" de 1964 chega pela primeira vez às plataformas digitais

Inclui "Ó vila de Olhão" que levou à censura do disco

A canção seria reeditada na íntegra apenas em 1974

José  Afonso é reconhecido como um dos mais  importantes nomes da cultura nacional.  Cantautor, artista e homem  político de corpo inteiro, foi fundamental na  inspiração e  empoderamento de um país em luta contra o fascismo, pela liberdade,  equidade, fraternidade.

Revolucionou a canção de Coimbra, o canto de intervenção e a música  popular, experimentou e lançou pistas para a descoberta das ligações  entre África e a Beira Baixa, por exemplo. Não faltam canções de  referência, hinos conhecidos de cor por todos nós, discos inolvidáveis,  concertos arrepiantes que ficaram para a história… Deixou legado e  iluminou os seus pares, em gerações consecutivas, até hoje.

E é por isso que todas as ocasiões são boas para revisitar a obra e o  homem, e todos os pretextos são bons para reforçar a sua importância e  despertar a curiosidade de novas gerações. Quando tudo o que foi  conquistado parece certo, surgem ameaças locais, nacionais e globais, e  tudo muda.

Agora que se comemora o 25 de Abril e todas as mudanças benéficas que  trouxe ao nosso país, a Valentim de Carvalho lança pela primeira vez no  mundo digital o EP “Cantares de José Afonso” de José Afonso.

Editado em vinil em 1964, inclui quatro temas originais, com destaque  para "Ó vila de Olhão", uma faixa censurada na altura. Por esse motivo, a  primeira edição foi retirada do mercado. A segunda edição, já em 1969,  tinha apenas o instrumental da música. Em 1974 foi lançado o single "Ó  vila de Olhão" já com letra e capa composta por uma pintura de Maluda  intitulada “Olhão”.

 

 


Sobre a música "Ó vila de Olhão" escreveu José Afonso:

«Fiz muitas viagens a Olhão, minha terra adoptiva. A meio do caminho da  Fuzeta, entre Olhão e Marim, a vila vai-se adelgaçando, a viagem toma-se  mais rápida e ruidosa, devido ao vento que entra pelas janelas. Pode-se  berrar sem que ninguém nos ouça. Foi assim que nasceu esta crónica  rimada. Servida pela cadência mecânica do “pouca­terra”, versa um tema  alusivo às vicissitudes por que passa o mexilhão quando o mar bate na  rocha. A culpa não é do mar.» (fonte: Associação José Afonso)

 

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