O ex-homem forte dos Doismileoito tinha muitas ideias soltas no computador e no telemóvel que tinham de ser concretizadas. Um conjunto de canções que se foram escrevendo, guardando, deixando crescer. Estavam presas como pássaros numa gaiola ou balões numa rede. E precisavam de voar.
S. Pedro, abençoado, libertou-as. Primeiro construiu um estúdio analógico, uma oficina de artesão. E foi gravando com tempo, em fita magnética, aperfeiçoando arranjos, acrescentando instrumentos, e convidando amigos para colaborarem.
Assim nasceu “O Fim”, um disco pessoal e transmissível, feito de canções simples, histórias quotidianas e letras que nos fazem sorrir e pensar.
Canções nas quais nos reconhecemos, com versos que ficam a ressoar, alguns na ponta da língua. Métrica redonda, recorte clássico e pop diletante onde se busca o essencial, até porque “é o bis encore que torna feia a canção”.
Um álbum que viu a luz do dia em edição de autor e que encontrámos a navegar na net.
Um disco precioso que vai agora ganhar uma nova vida, uma nova cara e um novo corpo, com o selo da Nortesul. A nova edição está prevista para o próximo mês de Maio.
É tempo de descobrir S. Pedro, o novo artista da Nortesul.
E a melhor maneira de começar é ouvi-lo em concerto, no Teatro do Bairro Alto, em Lisboa, já no próximo sábado, dia 22 de Abril.