Lisboa e Porto rendidas às "Canções do Pós-Guerra". Foram dois concertos enlevados por aquele que já é um dos discos essenciais de 2020.
Lisboa e Porto foram as duas cidades escolhidas para as primeiras apresentações ao vivo de "Canções do Pós-Guerra", o aguardado novo trabalho de Samuel Úria. Um disco e dois concertos que se viram protelados para o Outono, mas que vieram a revelar-se o aconchego essencial para a nova realidade.
Duas noites esgotadas confirmavam algo que sempre soubemos: Samuel Úria é um dos mais talentosos cantautores da sua geração, com uma capacidade singular de agarrar o palco e de criar memórias a preservar.
Foi tempo de conhecer ao vivo os novos temas. A "Tempo aprazado", "Aos pós", "Fica aquém", "Menina", "Cedo" — com Monday, que o acompanhou nas duas datas —, juntaram-se clássicos como "Carga de ombro", "É preciso que eu diminua" ou "Espalha brasas".
À presença carismática de Samuel Úria, juntou-se ainda um coro que engrandeceu duas noites arrebatadoras e das quais se poderá dizer (sim, é-nos permitido) que só entende quem lá esteve.
Lisboa e Porto viveram duas noites de grande emoção. Mas foi a norte que aconteceu um momento inesperado e mágico: em pleno encore, Gisela João e Samuel entregaram uma versão de "Lenço enxuto" que levou a sala ao rubro.
Samuel Úria promete mais regressos aos palcos, mas para já no próximo dia 24 de Outubro irá (seguramente) conquistar o Minho, com concerto no Teatro Diogo Bernardes em Ponte de Lima.
Enquanto este ano atípico não nos permite tantos reencontros ao vivo quanto desejaríamos, o disco "Canções do Pós-Guerra" — um dos lançamentos indispensáveis de 2020 — pode ser saboreado em CD, vinil e streaming: https://fuga.ffm.to/cancoesdoposguerra.